Os casos de sífilis cresceram exponencialmente nos últimos anos. De 2010 a 2020, o Brasil registrou 783 mil casos de sífilis adquirida. Em 2010, foram 3,925 mil ocorrências dessa infecção e, uma década depois, o número subiu para 152,9 mil, total 39 vezes maior. Além da alta, a preocupação do Ministério da Saúde é que, com a pandemia de Covid-19, muitas pessoas deixaram de procurar atendimentos nos postinhos de saúde do país, ocasionando uma subnotificação da doença. Isso significa a existência de um número muito maior de casos do aqueles que se têm conhecimento.
Atualmente, Itajubá apresenta 46 casos de sífilis adquirida na população adulta, 13 casos de sífilis em gestantes e nenhum caso notificado de sífilis congênita em bebês menores de 1 (um) ano. Segundo a responsável pelo Departamento de Epidemiologia de Itajubá, Eliane Quintiliano, os dados preocupam, uma vez que alguns pacientes com sífilis não realizam adequadamente o seu acompanhamento e de seus filhos. “As pessoas precisam se conscientizar do quão grave é esta doença e, assim, procurar o atendimento necessário. Estamos realizando uma força-tarefa para combater a doença e também acompanhar os casos já existentes”, frisou.
Quem possui sífilis pode apresentar diversas manifestações clínicas. Uma delas é o aparecimento de uma úlcera no local de entrada da bactéria, geralmente na região genital, que sara sozinha. Por ser uma doença silenciosa, é preciso identificar os casos de forma precoce. Assim, a Prefeitura disponibiliza a testagem de diagnóstico gratuito para a doença em todos os postinhos de saúde, assim como atendimento médico e os exames necessários que são sempre marcados para o dia seguinte ao teste.
A principal forma de prevenção da sífilis é utilizar preservativo em todas as relações sexuais. Ainda que tenha tratamento e cura, a doença pode levar o paciente a graves complicações, inclusive ao óbito. No caso de mulheres grávidas acometidas pela doença, por exemplo, o diagnóstico tardio ou a falta do tratamento adequado pode levá-la ao abortamento, rematuridade, baixo peso da criança ao nascer e morte fetal, problemas comuns em casos de sífilis congênita.
A benzetacil é o medicamento de escolha para o tratamento da sífilis e o tratamento do parceiro juntamente com a gestante é crucial para o sucesso terapêutico bem como para a prevenção da transmissão da sífilis para o bebê.